terça-feira, 20 de abril de 2010

Tipos de Adaptação curricular

Para atender e responder efetivamente às necessidades educacionais especiais dos alunos no seu processo de aprender e construir conhecimentos, faz-se necessário modificar os procedimentos de ensino, tanto introduzindo atividades alternativas às previstas, como introduzindo atividades complementares, através da: adaptação curricular.Existem dois tipos de adaptações curriculares: as de grande porte e as de pequeno porte.
"As adequações curriculares de grande porte compreendem ações que são da competência das instâncias político-administrativas superiores, já que exigem modificações que envolvem ações de natureza política, administrativa, financeira, burocrática etc" ( Escola Viva, vol 5, 2000)
São elas: Adaptações de Acesso ao Currículo; a criação de condições físicas, ambientais e materiais para o aluno em sua unidade escolar; a adaptação do ambiente físico escolar; a aquisição do mobiliário específico necessário; a aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos; a adaptação de materiais de uso comum em sala de aula; a capacitação continuada dos professores e demais profissionais da educação; a efetivação de ações que garantam a inter-disciplinaridade e a transsetorialidade.
“Compreendem modificações menores, de competência específica do professor. Elas constituem pequenos ajustes nas ações planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula”. (Escola Viva. Vol. 06/Mec-2000)
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte são modificações promovidas no currículo, pelo professor, de forma a permitir e promover a participação produtiva dos alunos que apresentam necessidades especiais no processo de ensino e aprendizagem, na escola regular, juntamente com seus parceiros.


"São denominadas de Pequeno Porte porque sua implementação encontra-se no âmbito de responsabilidade e de ação exclusivos do professor, não exigindo autorização, nem dependendo de ação de qualquer outra instância superior, nas áreas política, administrativa, e/ou técnica." (Escola Viva. Vol.06/Mec-2000)
As Adaptações Curriculares de Pequeno Porte podem ser implementadas em várias áreas e momentos da atuação do professor: na promoção do acesso ao currículo; nos objetivos de ensino; no conteúdo ensinado; no método de ensino; no processo de avaliação e na temporalidade.

Adaptação dos conteúdos
Podem ser: priorização de tipos de conteúdos, priorização de áreas ou unidades de conteúdos, reformulação da seqüência de conteúdos, ou ainda, a eliminação de conteúdos secundários, acompanhando as adaptações propostas para os objetivos educacionais.

Adaptação do Método de Ensino e da Organização Didática
Adaptar o método de ensino às necessidades de cada aluno é, na realidade, um procedimento fundamental na atuação profissional de todo educador, já que o ensino não ocorrerá, de fato, se o professor não atender ao jeito que cada um tem para aprender. Faz parte da tarefa de ensinar procurar as estratégias que melhor respondam às características e às necessidades peculiares a cada aluno.

Modificação da Complexidade das Atividades
Algumas vezes será necessário ensinar ao aluno o conteúdo de uma forma diferente, com uma linguagem mais clara, ou mesmo, utilizando materiais concretos para que de fato o estudante se aproprie do conhecimento.  Nem todos os alunos conseguem apreender um determinado conteúdo se ele não lhe for apresentado passo a passo, mesmo que o “tamanho” dos passos precise ser diferente de um aluno para outro. Assim, o professor tanto pode precisar eliminar componentes da cadeia que constitui a atividade, como dar nova seqüência à tarefa, dividindo a cadeia em passos menores, com menor dificuldade entre um e outro, etc.
Adaptação de Materiais utilizados
Outra categoria de adaptação no método de ensino encontra-se representada pela adaptação de materiais utilizados. São vários os recursos e materiais que podem ser úteis para atender às necessidades especiais de vários tipos de deficiência, seja ela permanente, ou temporária. O professor poderá também ter de fazer modificações na seleção de materiais que havia inicialmente previsto em função dos resultados que esteja observando no processo de aprendizagem do aluno. O ajuste de suas ações pedagógicas tem sempre de estar atrelado ao processo de aprendizagem do aluno.

Adaptação do Processo de Avaliação
Outra categoria de ajuste que pode se mostrar necessária para atender a necessidades educacionais especiais de alunos é a adaptação do processo de avaliação, seja por meio da modificação de técnicas, como dos instrumentos utilizados. Alguns exemplos desses ajustes: utilizar diferentes procedimentos de avaliação, adaptando-os aos diferentes estilos e possibilidades de expressão dos alunos.



Adaptação na Temporalidade
Os alunos com necessidades educacionais especiais têm um ritmo próprio de aprendizagem, necessitando de um tempo maior para alcançar os objetivos de aprendizagem propostos no currículo, por esse motivo faz-se necessário a adaptação na temporalidade. Essa adaptação tanto pode aumentar como diminuir o tempo previsto para o trato de determinados objetivos e os conseqüentes conteúdos. O professor pode organizar o tempo das atividades propostas, levando-se em conta o tipo de deficiência.

 


Adaptação Curricular

A educação obrigatória é um direito de todos os alunos. Por isso, é altamente necessário fazer todo o possível para que todos os alunos progridam e aprendam, para isso, é preciso esgotar todas as vias, métodos e meios de ensino que permitam aos alunos aprender e alcançar os objetivos educativos.
É preciso que o professor tenha consciência de que o aluno com necessidades educacionais especiais aprende sim, claro que de acordo com suas limitações.
As adaptações curriculares são estratégias educativas para facilitar o processo de ensino-aprendizagem em alguns alunos com necessidades educativas específicas. Estas estratégias pretendem, a partir de modificações mais ou menos extensas realizadas sobre o currículo ordinário, ser uma resposta à diversidade individual independentemente da origem dessas diferenças: histórico pessoal, histórico educativo, motivação e interesses, ritmo e estilo de aprendizagem.
De acordo com as orientações pedagógicas da SEDF (Fazendo a Diferença) as adequações curriculares não devem ser entendidas como um processo exclusivamente individual ou proveniente de decisão que envolva apenas o professor e o estudante. É importante lembrar que essas adequações devem realizar-se na proposta pedagógica da instituição educacional, no currículo desenvolvido em sala de aula propriamente dita, assim como no plano de trabalho individual com o estudante.
As adequações curriculares no âmbito da proposta pedagógica devem focalizar, principalmente, a organização da instituição educacional em relação à acessibilidade e aos serviços de apoio especializados necessários ao atendimento aos estudantes, bem como propiciar condições estruturais para que possam ocorrer dentro de sala de  aula e diretamente com o estudante, nos casos em que sejam necessários esses procedimentos.
Em se tratando do desenvolvimento do currículo em sala de aula, as medidas de adequação curricular são propostas pelo professor e destinam-se, principalmente, a programação das atividades em sala de aula. Além disso, focalizam a organização e os procedimentos didáticos-pedagógicos e destacam o "como fazer", a organização temporal dos componentes curriculares e a coordenação das atividades docentes, de modo a favorecer a efetiva participação e integração do estudante e, consequentemente, auxiliar na melhoria de suas condições de aprendizagem.
A grande maioria dos professores ja fazem adequações curriculares, porém raramente a registram formalmente. Quando o professor seleciona conteúdos adequados ao aluno, ele esta flexibilizando o currículo com o intuito de garantir a aprendizagem do seu aluno.
Qualquer aluno pode necessitar de uma adaptação curricular, mesmo que não apresente uma deficiência diagnosticada. Até mesmo uma estudante gestante necessita que durante sua licença maternidade seus trabalhos escolares sejam adaptados à sua condição, ainda que seja por um período determinado. 
O processo de flexibilização curricular não deve ser visto como mera modificação ou acréscimo de atividades complementares, pois corremos o risco de empobrecer o currículo não garantindo aprendizagens significativas, ou seja, devemos ter o cuidado de não abrir mão de conteúdos que são imprescindíveis aos alunos, aqueles que servem de pré-requisitos para outras aprendizagens. O ideal é buscar formas alternativas de trabalhar determinado conteúdo, buscando novas estratégias ou diminuindo o grau de dificuldade do mesmo para o aluno.
Estas ações devem ser planejadas e construídas tendo como referência, primeiramente, os conteúdos curriculares oficiais para a série/ciclo em que se está trabalhando, levando em consideração os objetivos fundamentais e os conteúdos essenciais para que o aluno tenha sucesso e promoção para série superior.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O uso de materiais flexibilizados em sala de aula | Inclusão | Nova Escola

O uso de materiais flexibilizados em sala de aula | Inclusão | Nova Escola

Conheça as salas de recurso que funcionam de verdade para a inclusão | Inclusão | Nova Escola

Conheça as salas de recurso que funcionam de verdade para a inclusão | Inclusão | Nova Escola

Atribuições dos Profissionais de salas de Recursos

De acordo com o novo plano orientador das ações de Educação Especial - Fazendo a Diferença - lançado em Abril de 2010 as atribuições dos profissionais de salas de recursos são:
  • Atuar com docente nas atividades de complementação ou de suplementação curricular específica;
  • Atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para a definição de estratégias pedagogicas que favoreçam o acesso do estudante com deficiência, TGD ou altas habilidades/superdotação ao currículo e a sua interação no grupo;
  • Promover condições de inclusão desses estudantes em todas as atividades da instituição educacional,
  • Orientar as famílias para o seu envolvimento e a sua participação no processo educacional;
  • Informar à comunidade escolar acerca da legislação e das normas educacionais vigentes que asseguram a inclusão educacional;
  • Participar do processo de identificação e de avaliação pedagógica das necessidades especiais e tomadas de decisões quanto ao apoio especializado necessário ao estudante;
  • Preparar material específico para o uso dos estudantes na sala comum e na sala de recursos;
  • Orientar a elaboração de material didático-pedagógico que possa ser utilizados pelos estudantes nas classes comuns do ensino regular;
  • Indicar e orientar o uso de equipamentos e de materiais específicos, bem como de outros recursos existentes na família e na comunidade e articular, com gestores e com professores, para que a proposta pedagógica da instituição educacional seja organizada coletivamente em prol de uma educação inclusiva;
  • Responsabilizar-se junto aos docentes pela garantia da realização das adequações curriculares necessárias ao processo educacional do estudante com necessidade educacional especial;
  • Realizar atividades que estimulem  o desenvolvimento dos processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, dentre outros;
  • Fortalecer a autonomia dos estudantes a fim de levá-los a ter condições de decidir, opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;
  • Propiciar a interação dos estudantes em ambientes sociais, valorizando as diferenças e a não discriminação;
  • Preparar materiais e atividades especificas para o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes;
  • Orientar o professor da classe comum sobre estratégias que favoreçam a autonomia e o envolvimento do estudante em todas as atividades propostas ao grupo;
  • Promover a inserção dos recursos tecnológicos de informação e de comunicação no espaço da sala de aula;
  • Realizar adequações de material didático pedagógico para atender as necessidades dos estudantes;
  • Reconhecer os pontos fortes e de maior interesse e as dificuldades do estudante; e
  • Ofertar suporte pedagógico aos estudantes, facilitando-lhes o acesso aos conteúdos desenvolvidos em classe comum e turmas de integração inversa. 

terça-feira, 13 de abril de 2010

O que é a Sala de Recursos?


O atendimento educacional especializado realizado nas salas de recursos é definido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (CNE/CEB, 2001) como um serviço de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado, que suplementa (no caso de estudantes com altas habilidades/superdotação) e complementa (para estudantes com deficiência e TGD) as orientações curriculares desenvolvidas em classes comuns em todas as etapas e modalidades da Educação Básica.

É importante deixar claro que a sala de recursos não é um espaço de reforço escolar, onde o aluno é atendido no intuito de realizar atividades de casa ou estudar para provas e testes. Trata-se de um atendimento que complementa o trabalho do professor regente, com o objetivo de garantir ao aluno com necessidades educacionais especiais o acesso ao currículo, ou seja, eliminar barreiras para a plena participação dos estudantes, considerando suas necessidades específicas.

As atividades realizadas na sala de recursos diferenciam-se das realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. O professor especialista dispõe de recursos que por vezes não é possível de serem utilizados pelo professor regente, devido a várias questões como: quantidade de alunos em sala, espaço físico, tempo etc.

A organização funcional das salas de recursos da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal obedece a dois modelos básicos: salas de recursos generalistas e específicas. Nas salas generalistas, são atendidos, individualmente ou em grupos, estudantes com deficiência intelectual/mental, deficiência física, deficiência múltipla e transtorno global do desenvolvimento. Os tipos de salas de recursos específicas são três: sala de recursos para deficientes auditivos, sala de recursos para deficiêntes visuais e para estudantes com altas habilidades/superdotação.

O professor especialista também é responsável por realizar as adequações curriculares necessárias ao processo educacional do estudante com necessidades educacional especial, além de preparar material específico para o uso dos estudantes na sala comum e na sala de recursos.

A sala de recursos faz parte de uma proposta voltada para a inclusão escolar, buscando condições de acessibilidade aos estudantes para que permaneçam no processo de ensino e de aprendizagem.